quinta-feira, 13 de janeiro de 2011



O MELHOR DE PORTUGAL COM TODA CERTEZA É O SEU VINHO

Portugal é um país de longa tradição vinícola, tendo como marco mais importante a implantação da vinicultura pelos romanos, tal como ocorreu nos demais países de maior expressão vinícola da Europa.


Este pequeno país tem um trajeto importante na historia do novo mundo, não só como colonizadores e grandes desenvolvedores tecnológicos na navegação da idade média, mas também como influenciadores e participadores diretos na arquitetura, literatura, filosofia, gastronomia e tantas outras gamas culturais e cientificas de nossa história, contudo a melhor parte de todas, pelo menos para mim, são os vinhos.

Entender a geografia dessa charmosa cultura é principalmente entender a sua história, suas cidades medievais ainda em total plenitude, o profundo e sistemático enlace dos princípios católicos em cada arco, templo e formato de vida que possamos encontrar, seus vales entrecortados pelas águas do Douro ao norte, Tejo mais ao centro e o Guadiana ao sul formam as principais regiões produtoras. Até o presente momento encontramos 32 regiões que produzem vinhos das mais diversas castas e técnicas produtivas (ver a imagem), dentre estas estão as mais conhecidas e apreciadas pelos novos e velhos consumidores desses magnificos Tintos, Brancos, Verdes e Espumantes vinhos portugueses, cujas personalidades só o país detentor da maior diversificação de uvas viniferas do mundo poderia proporcionar.


Entre as principais viniferas podemos citar: Alvarinho, Loureiro, Arinto, Encruzado, Bical, Fernão Pires, Moscatel e Malvasia Fina. Até a pouco tempo, com a exceção das castas Alvarinho e Moscatel era difícil encontrar vinhos brancos monocasta. Tradicionalmente juntam-se diversas castas brancas, Desde 1990 quem tem vindo a decrescer o interesse nos vinhos brancos acompanhado pelo crescente interesse nos vinhos tintos com as necessárias consequências em relação às castas brancas.
Algumas das castas tintas Portuguesas mais importantes são: Touriga Nacional, Tinta Roriz (ou Aragonês), Baga, Castelão, Touriga Franca e Trincadeira (ou Tinta Amarela).

Os vinhos portugueses estão classificados em quatro níveis de qualidade:

Vinho de Mesa - vinho inferior, cuja produção pode ser feita em qualquer região do país, e que não se enquadra nas categorias mencionadas a seguir.

Vinho Regional - vinho de qualidade superior ao vinho de mesa, produzido com, no mínimo, 85% de uvas provenientes da região especificada. Hoje existem muitos vinhos regionais de qualidade igual ou superior à de vinhos D.O.C., havendo inclusive alguns bons produtores que, por não concordarem com as regras impostas pela Comissão Reguladora dessa categoria, passaram a rotular seus vinhos como regionais.

Vinho de Denominação de Origem Controlada (D.O.C.) - teoricamente é a categoria de mais alto nível de qualidade e identifica o vinho produzido em região delimitada, sujeito a regras mais restritas quanto à procedência e variedades de uvas utilizadas, o método de vinificação, o teor alcoólico, o tempo de envelhecimento, etc. Equivale à A.O.C. francesa, à D.O.C. italiana e à D.O. Espanhola.

Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada (V.Q.P.R.D.) – para atender ao Mercado Comum Europeu foi criada a nomenclatura Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada (V.Q.P.R.D.) que engloba as I.P.R. (Indicação de Proveniência Regulamentada) e as D.O.C.. Também foram criadas denominações para os vinhos espumantes e licorosos: V.E.Q.P.R.D. (Vinho Espumante de Qualidade Produzido em Região Determinada) e V.L.Q.P.R.D. (Vinho Licoroso de Qualidade Produzido em Região Determinada).


Além de todas as informações genéricas que colocamos neste post, tenciono discutir o alto nível que atualmente o Vinho Português alcançou no mundo, o Douro com toda certeza é a região que mais prêmios têm ganhado e que recebe as melhores críticas da imprensa especializada, justamente por isso vamos nos aprofundar um pouco mais nesta analise.

O mais respeitado crítico de vinhos do mundo, o advogado Robert Park,( foto) da revista Wine Advocate, publicou o primeiro relatório sobre os vinhos de mesa portugueses, esse trabalho teve a participação especial de seu colaborador Mark Squires, é um trabalho bastante complexo e completo é pode ser acessado através do endereço: (http://erobertparker.com). Ao final iremos publicar toda a listagem com sua referida pontuação.

Falemos agora do grande campeão, que além de se sagrar o melhor vinho de Portugal entre os 305 concorrente da amostra, ainda assegurou uma colocação entre os 10 melhores vinhos do mundo. O vinho é o Quinta do Crasto - Maria Tereza 2003, descreverei mais abaixo para os mais interessados e também mais pacientes a historia desse belo exemplar de pura história engarrafada.

VINHA MARIA TERESA 2003


O Velho mundo ainda sofria os reveses da Primeira Grande Guerra, quando Constantino de Almeida, adquiriu uma propriedade situada às margens direita do Rio Douro. Precisamente situada entre Régua e Pinhão, com 130 hectares, iria começar lá pelos idos de 1916, a trajetória de um dos mais bem sucedidos empreendimentos vinícolas do nosso planeta.

A Quinta do Crasto (foto do restaurante da vinícola) não só produz o melhor vinho de mesa de Portugal, segundo as revistas: Wine Spectator, Wine Advocate, Decanter e a Wine Spirits, bem como recebeu 96 pontos entre os 305 rótulos avaliados por Robert Parker, sendo assim, Quinta do Crasto – Vinha Maria Tereza 2003 tornou-se então o vinho que melhor pontuou na história dos vinhos de mesa portugueses.

A vinha Maria Tereza, cujo nome foi uma homenagem de Constantino a sua primeira neta, é o mais bem posicionado vinho de todos os tempos na historia de Portugal, é um vinho produzido com uvas de vinhas velhas, composta por mais de 30 variedades, todas com mais de 90 anos. Passa por pisa em lagar tradicional e posteriormente para cuba de inox aberta onde passa por segunda pisa automática e fermenta por uma semana. Envelhece por 20 meses em barricas de carvalho (80% francesas e 20% americanas). Na safra 2003 foram produzidas 9 mil garrafas , com responsabilidade enológica nas mãos de Dominic Morris e Susana Esteban. Vinho de cor rubi, alta concentração sem halo. Olfativamente complexo, com predominância floral, violetas, toque balsâmico, chocolate, especiarias, pimenta e mineral. Na boca perfeitamente harmônico, estruturado e com longa persistência retrogosto frutado e cacau. NOTA 96/100.

Ficha técnica: http://www.quintadocrasto.pt/pt/vinhos/vinho_reserva.htm

Lista dos melhores vinhos de Portugal, segundo a Revista Wine Advocate


2003

Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa

96

2004

Quinta do Crasto Vinha Da Ponte

95

2001

Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa

95

2004

Batuta

95

2004

Abandonado

95

2000

Quinta Do Fojo

95

2000

Quinta Da Manuela

94

2005

Redoma Reserva Branco

94

2004

Curriculum Vitae

94

2004

Quinta do Crasto Reserva Old Vines

94

2003

Duas Quintas Reserva Especial

94

1999

Barca Velha

94

1994

Reserva Ferreirinha

93

2004

Quinta do Vale Meao Tinto

93

2003

Quinta do Crasto Reserva Old Vines

93

2003

Quinta do Crasto Tinta Roriz

93

2000

Quinta do Crasto Vinha Da Ponte

93

2004

Chryseia

93

2004

Quinta Vale D Maria

93

2003

Curriculum Vitae

93

2004

Charme

93

2004

Redoma

92

2005

Redoma Branco

92

2003

Casa de Casal de Loivos

92

2001

Domingos Alves de Sousa Grande Escolha

92

2003

Cortes de Cima Reserva

92

2000

Quinta Da Gaivosa

92

2004

Poeira

92

2003

Chryseia

92

2004

Quinta do Crasto Touriga Nacional

92

2003

Quinta Do Vallado Reserva

92

2004

Duas Quintas Reserva Especial

92

1989

Reserva Ferreirinha

92

2003

Xisto

92

2003

Quinta Da Leda

92

2003

Pintas

92

2000

Carm Cm

91

2004

Carm Grande Reserva

91

2003

Quinta de San Joanne Escolha

91

2000

Quinta Da Leda

91

2003

Duas Quintas Reserva

91

2003

Quinta Do Portal Auru

91

2004

Dorado

91

2002

Quinta do Crasto Reserva Old Vines

91

2004

Casa de Casal de Loivos

91

2003

Quinta Vale D Maria

91

2003

Lavradores de Feitoria Grande Escolha

91

1999

Vinha Do Fojo

90

2003

Dona Maria Reserva

90

2004

Herdade de Malhadinha Nova

90

2003

Marques de Borba Reserva

90

2003

Domingos Alves de Sousa Quinta Da Gaivosa

90

2003

Domingos Alves de Sousa Reserva Pessoal

90

2004

Incognito

90

2004

Quinta Dos Quatro Ventos

90

2004

Quinta Da Terrugem

90

2002

Quinta Da Terrugem

90

2003

Quinta do Crasto

90

2003

Quinta Do Portal Grande Reserva

90

2002

Quinta de Roriz Reserva

90

2004

Quinta de la Rosa Reserve

90

2005

Quinta de Covela Escolha Branco

90

2001

Casa de Santar Touriga Nacional

90

2001

Casa de Santar Reserva

90

2004

Quinta Da Leda

90

1998

Colheita Ferreirinha

90

2003

Vinha de Mazouco Reserva

90

2004

Duas Quintas Reserva

90

2003

Carm Reserva

90


Bem, ficaremo por aqui e por ser este o nosso primeiro post de 2011, resolvi escrever um pouco sobre uma cultura que muito admiro.

Até nosso próximo post, onde falaremos sobre prova às cegas.

"Sem vinho, sem soldados"
" Nas vitórias é merecido, nas derrotas é necessário"

BONAPARTE, NAPOLEÃO (17 -1821)